Reflexão nas Ruas: Acidentes e a Imprudência que Assola Montes Claros
Nas madrugadas frias ou nas tardes quentes de Montes Claros, minha rotina pelas ruas da cidade vai muito além do jornalismo. Como repórter e entregador, percorro avenidas, bairros e vielas — e o que mais tenho visto, infelizmente, são acidentes. Ultimamente, parecem ter se tornado parte do cotidiano, quase banais aos olhos de muitos. Mas não deveriam ser.
Na madrugada de hoje, ao fazer uma entrega, ouvi um barulho forte na Avenida João XXIII. Um estrondo seco, típico de colisão. Ignorei. Segui viagem, achando que talvez fosse apenas uma ilusão ou um barulho qualquer. Fui até o Hospital das Clínicas e, logo após o posto de gasolina, dei de cara com a cena: dois carros haviam se chocado. A frente de um Renault Kwid estava completamente destruída. Uma imagem triste. Um lembrete cruel de que todo veículo carrega a história de alguém que lutou muito para conquistá-lo.
Naquele momento, pensei: e se fosse uma moto? E se fosse comigo? Quem vive na moto sabe o risco. No meu caso, não seria só um susto, poderia ser fatal. E mesmo que fosse só material, o custo de um conserto hoje em dia é altíssimo. Não é só o ferro que se amassa. É o bolso, é a rotina, é o psicológico.
Infelizmente, o que tenho visto é uma cidade onde muitos motoristas, motociclistas, ciclistas e até pedestres perderam a noção de prudência. Avançam sinais, ignoram placas de pare como se fossem meros enfeites urbanos, mudam de faixa sem olhar o retrovisor. Outro dia, eu seguia tranquilamente na minha faixa, à direita, quando um veículo à esquerda entrou de repente na minha frente. Por sorte, eu estava atento e consegui frear a tempo. Ele voltou para a faixa da esquerda como se nada tivesse acontecido. Zigzagueava como se estivesse sozinho na avenida.
O que leva uma pessoa a dirigir assim? Qual a lógica de avançar numa placa de pare para logo em seguida reduzir a velocidade, travando o fluxo da via? Você está a 60 km/h numa avenida, e de repente alguém entra na sua frente andando a 30. Não só atrapalha o trânsito — irrita, coloca vidas em risco e mostra total despreparo para dirigir.
Montes Claros praticamente lidera o ranking de acidentes em Minas Gerais. E não é só uma estatística. São famílias destruídas, pessoas feridas, vidas interrompidas. É urgente que cada um de nós se conscientize de que o trânsito exige responsabilidade, atenção e empatia. Não basta só saber dirigir. É preciso saber conviver.
Respeite a vida. A sua e a dos outros.
Ideia e pensamento de Arllen Philipe – with the help of a ghostwriter
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