Tumulto: Audiência com Haddad é Encerrada Após Confronto com Oposição na Câmara
Sessão que discutiria medidas econômicas terminou em confusão após ataques de deputados bolsonaristas; ministro acusou oposição de “molecagem” e alertou para riscos à democracia
Em meio a uma audiência que prometia discutir as estratégias fiscais do governo federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve sua fala interrompida por um intenso bate-boca com deputados da oposição, na manhã desta quarta-feira (11). A sessão acabou encerrada de forma abrupta após confusão generalizada no plenário, gritos e acusações de “molecagem” e “gastança” por parte de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A audiência conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle tinha como objetivo esclarecer medidas de compensação para perdas de arrecadação. No entanto, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) transformaram a sessão em um palco de embates políticos e acusações.
Durante sua fala, Haddad criticou os deputados por utilizarem o espaço apenas para gravar vídeos e fugir do debate:
“Fazem perguntas para aparecer nas redes sociais e saem da sala. Isso é molecagem”, disparou.
Os parlamentares reagiram prontamente, retornando ao plenário em tom agressivo. Jordy rebateu:
“Moleque é você, ministro. É o responsável pelo maior déficit da história. O governo Lula é pior do que uma pandemia.”
A troca de ofensas culminou em tumulto, com assessores filmando a briga e cartazes sendo levantados por deputados oposicionistas, o que fere normas da Casa. O presidente da sessão, deputado Rogério Correia (PT-MG), tentou controlar os ânimos, mas diante da confusão, encerrou a audiência:
“Não há mais condições de seguir com os trabalhos. O ministro está liberado.”
Correia ainda acusou os deputados bolsonaristas de promoverem um “teatro político”:
“Vieram aqui para tumultuar, não para debater.”
Após o encerramento, Haddad lamentou o ocorrido e alertou para as consequências:
“Se o Parlamento se tornar esse ambiente hostil, qual ministro vai querer prestar esclarecimentos à sociedade?”
O episódio reflete a tensão crescente entre o Executivo e a base bolsonarista no Congresso, e levanta um debate sobre os limites da atuação parlamentar e o uso político das redes sociais dentro do Legislativo.
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